 
Este blog é resultado do meu amor e prazer em escrever sobre o que vivo, o que não vivi e o que ainda desejo viver, o que gosto e não gosto, o que compartilho, ou ainda o que vejo apenas como espectadora. Escrever me faz bem e, quando o faço, acabo por organizar meus próprios pensamentos, catando uma palavra aqui e outra acolá.
SUA PRESENÇA AQUI É MUITO IMPORTANTE! OBRIGADA POR VIR E, JUNTOS, CATAREMOS MUITAS PALAVRAS...
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que o homem que eu amo seja pra sempre amado
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também."
  
 
Postado por Luciana Horta 1 ajudaram a juntar palavras
 Para quem não vai curtir as baladas do Carnaval, ou para quem vai, mas pode precisar de um tempinho para escutar...
Para quem não vai curtir as baladas do Carnaval, ou para quem vai, mas pode precisar de um tempinho para escutar...
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade:
A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.
- Fragmento do Texto Escutatória - Rubem Alves - 
Bom feriado a todos vocês amigos! Eu vou ficando por aqui, no silêncio...
 
Postado por Luciana Horta 11 ajudaram a juntar palavras
 Eu não sou água mole que bate em pedra dura até que ela fure!
 Eu não sou água mole que bate em pedra dura até que ela fure! 
Postado por Luciana Horta 19 ajudaram a juntar palavras
 Era madrugada
Era madrugada
O barulho dos carros deu lugar a música da chuva caindo
Estava com frio e o vento assoviava pela janela e também soprava pensamentos
E com a chuva caindo, o frio e o vento, preferi ficar dentro
Dentro de mim
Sentindo meu corpo
E tentando ouvir o que ele dizia sem parar
Minha respiração estava ofegante e ao mesmo tempo calma
Com esforço controlei seu ritmo para me fazer serena
Procurei respirar a paz e expirar a dor
Naquele momento, se eu pudesse escolher, não queria estar sozinha
Mas isto eu não consegui controlar
Como não consegui controlar meu coração
Ele batia e bate, independente de eu querer ou não!
 
Postado por Luciana Horta 15 ajudaram a juntar palavras
 Num dia eu te conheci
 Num dia eu te conheci 
Postado por Luciana Horta 13 ajudaram a juntar palavras
 Eu estou sem tempo...
Eu estou sem tempo...
Não, não! Minha vida não está agitada!
Mas eu estou sem tempo...
Eu estou sem tempo para esperar...
A vida é corrida!
E eu estou sem tempo para perder tempo...
O relógio que conta o meu tempo parece pequeno demais...
E os minutos estão voando!
Mas eu estou andando... E as pessoas estão andando...
Não tenho como controlar o ritmo da vida...
Mas tenho como aumentar a velocidade dos meus passos... E as pessoas também têm como aumentar a velocidade dos passos delas... Sem estresse!
Construindo bem abaixo dos nossos pés os nossos sonhos!
 
Postado por Luciana Horta 9 ajudaram a juntar palavras
 This obra by Luciana Horta is licensed under a Creative Commons Atribuição-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.
This obra by Luciana Horta is licensed under a Creative Commons Atribuição-Vedada a Criação de Obras Derivadas 2.5 Brasil License.