Momentos

Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos
e abraçá-la.

Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.

O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.

A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.
 
- Clarice Lispector -

Olha para o Céu

Quando a gente só está andando e olhando para baixo
É quando mais precisamos olhar para cima
Para o CÉU!

Hoje eu consegui até contar as estrelas...

Entre o NADA e o INFINITO

Existe uma pessoa em minha vida
Que é um pilar nas minhas construções
Me responde com as suas próprias interrogações
Parece que sabe de mim mais do que eu mesma
E entende minhas emoções

Nossa conversa tem início para começar
Mas se deixar, não tem hora para acabar
Porque entre os nossos NADAs e o nossos INFINITOs a gente enxerga um grande caminho para andar


Muito obrigada por ajudar a me sustentar em todos os momentos
Especialmente naqueles em que ventanias e tempestades tentam me abalar!


E o tempo passou

Quando ela entrou a temperatura da água estava boa
Então, ela ficou
E o tempo passou

A temperatura da água aumentou
Mas ela se acomodou
Nem hesitou
E o tempo passou

E a temperatura da água foi só aumentando...

Quando despertou
Já estava toda queimada
Mas as feridas não mais doiam
Pois estava acostumada e anestesiada
E o tempo passou

Caramba, ACORDA, PULA FORA!

Minha Nudez




Vou me despindo...
A cada palavra
Escrita
Dita
E, muitas vezes, calada

Nua, totalmente nua, eu vou seguindo...

Rendida


"Rendida estou.
Não luto mais.
Prefiro ficar assim quieta,
antes que seja tarde pra mim,
antes que eu me perca,
perca mais que já perdi.
Rendida,
nem sei mais de mim.
O não, ecoa sem sentido,
porque rendi demais e fiquei assim.
Perdida, indefinida, rendida,
pela vida, que teima em não perguntar pra mim,
se quero ou não viver assim.
Rendida.
Leve então o que sobrou de mim.
Rendida, já não tenho valor para ti.
Rendida, nada mais sou, do que cinzas de mim."

[Texto compartilhado pelo blog: Meus Pensamentos - http://marciaamad.blogspot.com/]

 

Verdade

Verdade é bom e todo mundo gosta
Devem existir exceções
Pois há quem vive de ilusões

Prefiro ouvir do outro a verdade
Do que descobrí-la sozinha
Porque quando descubro sozinha
É o outro que não é mais verdade


Amor descartável?

Sinto medo do amor
Do amor que é descartável
Daquele que um dia diz que ama
Mas no outro diz que odeia
E, no final, se descarta

"Ama e joga fora
Ama e rapidamente parte pra outra
Ama e esquece
Ama e despreza
Ama e desama
Amanhã nada faz mais sentido e... cadê o amor?
Fugiu, escondeu, evaporou, sublimou
Amor nos anos atuais parece que virou amor descartável: diante de qualquer problema, adeus."

É preciso ter paciência com o amor
Mais paciência ainda com o outro que ainda não se libertou e sente dor
Porque trata-se de um ser humano, uma pessoa com sentimentos fortes
Que não é descartável
E por mais que hoje aborrece, já foi seu AMOR
Talvez, seu maior amor...
 
 

"Maria-vai-com-as-outras"

 
Tudo começou com um simples convite: vamos comer um japa?
Aceitei né, parecia uma companhia bacana
Beleza! Depois de tanto tempo sem sair, coloquei uma roupinha básica e lá fui toda "moderninha"

Chegando ao restaurante, não havia o que agradava, apesar do buffet ser muito bom.
- Uai, mas saímos para comer né não? perguntei.
- É, mas aqui não está bom. Vamos para outro restaurante que "bomba" mais, a companhia respondeu.

Lá fui eu "BOMBAR"... rsrsrs

Do outro Japa fomos pra um bar
Fila na entrada às 2 da matina??? Será mesmo?
Pra não chatear, fico eu lá a esperar

Entrei, mas não deu pra ficar!
Resultado: o que era pra "bombar" acabou por estourar

"Maria-vai-com-as-outras". Mas eu, NÃÃÃOOOO!!!

Eu quero mesmo é continuar a ESCOLHER... Prefiro ficar aqui com meus "estalinhos"...

Está longe demais...

Em busca dos desejos eu subo degrau por degrau
Às vezes preciso voltar atrás e descer
Para novamente continuar subindo
A cada degrau vencido mais força tenho para continuar
Sempre na busca de chegar em algum lugar

Mas quando percebo que mesmo subindo com esforço
Não chego a lugar nenhum
O corpo dá sinal de que é hora de parar
E outro desejo é preciso criar
Talvez menos sofrido
De maneira que eu possa conquistar

Desejos estão sempre presentes em nossas vidas
Mas precisam ser alcançáveis
Porque se estiverem longe demais
Eu vou me cansar
Pois falta "alimento" para continuar

Caminhos que se cruzam...

Mesmo andando por trilhas diferentes

Chega uma hora que o Universo conspira para que os caminhos se cruzem

E escancara pra gente uma direção

Basta estar atento aos sinais ou  às "coincidências" da VIDA

Que não são poucas e nem são só de hoje...


Somente por amor...


Quero te fazer um carinho
Mas do seu rosto só tenho a imagem

Quero tocar sua pele e sentir seu calor
Mas do seu corpo só tenho a saudade

Quero te amar e ser amada
Mas do seu coração não tenho a chave

Quero viver em você e você em mim
Mas da sua alma eu só vejo a miragem
 
" Ah! Se pudéssemos contar
As voltas que a vida dá
Prá que a gente possa
Encontrar um grande amor...

Pobre coração
O dos apaixonados
Que cruzam o deserto
Em busca de um oásis em flor

Arriscando tudo por
Uma miragem
Pois sabem que há uma fonte
Oculta nas areias...



Somente por amor
A gente põe a mão
No fogo da paixão
E deixa se queimar

Somente por amor
Movemos terra e céus
Rasgando sete véus
Saltamos do abismo
Sem olhar prá trás..."





Vem ocupar seu espaço...


Não nos bastamos
E não adianta querer acreditar nisto
Somos como este copo
Parte ocupado por nós mesmos
Mas a outra parte vazia
À espera de um outro alguém
E assim, nos tornaremos completos

Vem ocupar seu espaço... Vem...

Um AMOR...


Pode passar o tempo que for
Pois marcou e está tatuado
Ímpar, singular
Jamais será apagado

Não pode ser comparado
Exatamente por ser único
E apaixonado

Não tinha acontecido antes
Como também não acontecerá depois
Porque foi identificado e autenticado

Não tenho boa memória
Mas tenho saudades do amor recebido
E por mim doado

E o que é a saudade, senão a memória?
É o registro do AMOR
Até o Infinito...


Um LAR, um NINHO...


Sonhos de muitos
Realidade de poucos
Mas nem por isso devemos parar de sonhar
Pois seria acomodar

Apenas um LAR
Para onde temos vontade de voltar
Ao companheiro amar
E, aos filhos, alimentar e brincar
Para depois, continuar a voar

Todos livres e ao mesmo tempo abrigados
Se criando no mundo e para o mundo
Mas sempre tendo onde se aconchegar, confiar e compartilhar

É isso: Um LAR, Um NINHO... MEU SONHO!


PERDÃO


Liberte do seu corpo e da sua alma

A mágoa, que ocupa espaço indevido e chega a sufocar
Às vezes faz até o tempo parar

O orgulho, que não leva a lugar nenhum
Mas queima o coração
E deixa até em jejum

O ciúme, que impede de confiar
Em vez de cuidado, torna-se controle
E, se deixar, faz o amor apagar

E não deixe de pensar

Que mais cedo ou mais tarde
Será preciso PERDOAR
E que nas idas e vindas alguém tem que aceitar


Quem nunca errou na vida?

Por vezes meus erros são conscientes
Sei que fiz algo incorreto
No entanto, busco reparar o erro e acabo aprendendo com ele
E, dificilmente, erro no mesmo erro novamente

Outras vezes meus erros são inconscientes
Não sei que errei e, nem sequer tenho memória do erro cometido
É preciso que alguém me aponte o que fiz
Para que desta maneira eu possa mais uma vez aprender

Com isso vou crescendo
E os erros não me impedem de viver
Ao contrário, penso que se eu não tivesse errado nunca
Devo me (pré)-ocupar em não estar vivendo
Porque não há como não errar no filme da vida

Não errar é viver nos bastidores
Quem nunca faz, também nunca erra
Eu prefiro ficar na frente das câmeras, com a ânsia de acertar


"Controle" do acesso ou do excesso?

Às vezes eu me assusto
Porque ainda enxergo a vida com tanta ingenuidade
Que se não forem as pessoas que me querem bem
Não vejo a maldade

Minha porta está aberta
Nunca tive o costume de trancá-la
Mas descobri que se eu não controlar o acesso
As pessoas entram sem pedir licença
E, quando me dou conta, meu espaço foi invadido

Não, não...

Agora minha porta ficará entreaberta
E terá um cadeado invisível aos olhos
Apenas sentido por mim
Que permitirá ou não a entrada

A entrada na minha história
A entrada na minha vida

Aprendi que isto se chama RESERVA
Área restrita
E que não tem nada a ver com egoísmo


Passado, PRESENTE, Futuro




Fizemos uma viagem...
Nossa intenção era simplesmente passear
Mas o retrovisor estava ali durante todo o percurso, nos convidando a olhar para o que tinha ficado para traz
O clima contribuiu bastante, possibilitando enxergar o que acontecia de uma maneira mais nítida e ampla
Valorizando toda a linda paisagem que ali se refletia

O solo antes árido estava naquele momento com um verde surpreendente
Tudo cooperava para que o tempo e os sentimentos fluíssem numa paz há muito não sentida
Recordações em risos e choros, numa só harmonia

Ganhamos um PRESENTE
Que estava embalado e guardado numa caixa antiga
E, o que tem dentro desta caixa, nos dará direções para continuarmos a viagem
Sem mesmo saber qual é o destino final, que na verdade não é o que mais importa
Afinal, não é sempre e nem para sempre que ganhamos o PRESENTE, o AQUI e AGORA e a VIDA!



Confiança e Cumplicidade




Eu quero e vou me jogar, como uma criança, sem medo de me esborrachar
Num vôo profundo
Por saber que lá embaixo tem alguém pra me segurar no mesmo segundo

E quero brincar de mudar de lugar
Com a certeza que o outro alguém pode em mim também confiar

E nesta diversão de gente grande
Saberei a hora de parar de brincar

Será quando eu não puder mais contar com o outro alguém
E precisar usar só as minhas próprias asas
Para que no solo eu possa pousar


NASCEU...



Muitos esperam por ele como se fosse um recém nascido
Que chega sem vícios, manias, marcas, tristezas e/ou alegrias
Pronto para ser criado
Sem pré-molduras e totalmente despido

Um papel em branco
Sem escritos e/ou rasuras
Totalmente liso
Sem amassos e/ou tremuras

Tem apenas só um porém
Ele nasce todo ano e pode ser em qualquer dia
Pode e deve ser renovado
Mas jamais será possível apagar a história que foi gerada a cada ano
Você pode até embolar os papéis dos anos passados e jogar no lixo
Mas lá estarão histórias escritas a caneta
Então, não adianta ninguém fazer desdém

Bem vindo 2010!
Faremos lindos desenhos e contaremos novas histórias...

ESPERANÇA



Não é a toa que o verde é minha cor preferida... Sem saber muito o porque, sempre associo a palavra ESPERANÇA a esta cor. Será que a maior parte de nós faz esta associação por causa daquele pequeno bichinho que chama-se Esperança e é verde?
Se bem que eu não... Nem me lembro do pequenino inseto quando penso na ESPERANÇA!
Penso, ou melhor, sinto uma sensação de paz, vontade de viver, calma e, ao mesmo tempo, uma euforia para mudar diante da ESPERANÇA. Não é à toa que a parede do meu quarto é verde... Acho que vou pintar tudo de verde!!! Mas, pensando bem, pra que? Basta olhar um tiquim para a natureza que a sensação volta com tudo. Grama, árvores, plantas diversas, pássaros - a natureza em movimento!

A ESPERANÇA não permite que meus dias sejam áridos! Há quem diz que não se vive de esperanças... Pobre destes alguéns que não criam expectativas!
Neste quesito sou ambiciosa. Crio grandes e poucas expectativas. Concordo que não adianta criar grandes e muitas expectativas, pois perderíamos o foco.
As esperanças que crio são grandes sim, pois prefiro cair do alto e me machucar (caso não consiga alcançar com esforço o que quero) do que cair do baixo e me machucar também, sem ter tentado com todas as minhas forças e olhando bem do alto todo o encantamento e FELICIDADE que posso ganhar!

Sem ESPERANÇA eu não quero viver! Prefiro o deserto... Mas, por favor, se perceberem através das minhas palavras que estou mudando meu rumo, não me deixe ir para o deserto!

A esperança nasce, cresce e vive onde permitimos que ela se crie. Permita! Dê um espaço, por menor que seja e veja como vai haver VIDA VERDE na sua VIDA!!! Muito além das paredes pintadas...

Sumiço...


Eu poderia explicar meu sumiço de várias formas. Mas, nenhuma delas, seria uma justa justificativa por ter parado de escrever...
Não seria justo com vocês e, especialmente não seria justo comigo, já que a ausência de palavras escritas aumenta em mim as palavras pensadas.
Bom, só tenho a dizer que estava no trem da vida, em busca de um rumo, de uma parada onde pudesse descer e me aconchegar. Como vocês vêem, o trem está em movimento e a única certeza que tenho é que a linha do trem está firme, para continuar seguindo em frente! Então, continuo a viagem com minha amiga ESPERANÇA. Na próxima parada vou contar um pouco dela para vocês. Até breve! Muito breve!

Paradoxo do Nosso Tempo

Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus. Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores. Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos frequentemente. Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio. Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar. Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias. Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados. Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'. Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa. Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito. Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize as pessoas que estão ao seu lado, sempre!!!!!

- George Carlin -

Plantando e criando sementes

A criança menina nasce
E com ela nascem também os sonhos de uma mulher
A menina cresce
Brinca de casinha, de fazer comidinha
E com ela cresce também o sonho de ter seu lar
A menina amadurece
Começa a namorar, encontra o primeiro amor da sua vida
E com ela amadurece também o sonho de casar
A menina já não é mais uma menina
Já é uma mulher
E como mulher quer ser inteira e sentir-se completa
QUER SER MÃE

Mas, não basta ser mulher para ser mãe
Não basta desejar ser mãe
Precisa ser gente e, especialmente, carregar humanidade
Carece ser exemplo

Para ser uma mãe de verdade, é preciso gostar de lamber a cria
Quando pequeninos e ainda depois de grandinhos
É preciso gostar de trocar fraudas e carinhos

A mãe de verdade não é uma heroína
É apenas uma mulher
Quase uma mulher maravilha
Mas ainda uma criança que também precisa de colo

As mães são capazes de darem vida ao mundo
As mães são capazes de darem sequência a própria vida, deixar sementes, fazer história, deixar legados e lembranças

“Ser Mãe é assumir de Deus o dom da criação, da doação e do amor incondicional. Ser mãe é encarnar a divindade na Terra.”

Companhias e Companheiros

Uma boa companhia nem sempre é um bom companheiro
Uma boa companhia aparece e ajuda a passar o tempo
Um bom companheiro cresce e faz parte do tempo

Companhias estão disponíveis
Companheiros são disponíveis

Ideal seria ter boas companhias que são bons companheiros
No entanto, um não exclui o outro
Apenas completa

Companhias estão passagens
Companheiros são PRESENTES

PRESENTES que não se compram e nem tem como pagar por eles, porque não tem preço
Simplesmente porque são presenças

Companhias dão uma mãozinha
Companheiros oferecem mãos e flores

Ausência temporária

Não sou enfermeira, mas nos últimos dias tenho me ocupado com esta atividade, cuidando de uma pessoa muito próxima que sofreu queimaduras profundas de segundo grau. Por este motivo, estou sem tempo até para o meu próprio trabalho e menos tempo ainda para ler tudo de lindo que encontro sempre por aqui e escrever tantas coisas que tenho vontade e, especialmente, necessidade.

Mas, como tudo nesta vida, de um lado a gente aprende e ganha alguma coisa e, de outro lado, a gente perde. Minha sorte é que a proporção dos ganhos tem sido bem maior que das perdas.

Aprendi literalmente a cuidar dos ferimentos da pele e, de certa maneira, isto está me ajudando no aprendizado do cuidado dos ferimentos da alma.
É preciso ter pele morta para depois ter pele nova! Trocar de pele... Renascer!

As dores da mudança de pele são muito fortes, quase insuportáveis. Mas, com o passar do tempo, vendo os ferimentos melhorando e o corpo reagindo, renovam-se as forças.

Hoje minha sensação é de vitória. Estou conseguindo transpor limites físicos e psicológicos. A única coisa que tenho a dizer para mim mesma é: parabéns, você é foda!


Estarei de volta em breve aqui para este cantinho que tanto gosto, com mais tempo, e poderei visitar vocês.
Bom, com esta postagem, respondo aos e-mails recebidos, explicando meu sumiço virtual.

Abraço forte

Sentar-se à Janela

Era criança quando, pela primeira vez entrei em um avião. A ansiedade de voar era enorme. Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem. Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens, chegando ao céu azul. Tudo era novidade e fantasia. Cresci, me formei, e comecei a trabalhar. No meu trabalho, desde o início, voar era uma necessidade constante. As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a estar em dois lugares num mesmo dia. No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal. O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o mar ou qualquer paisagem que fosse. Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e sair rápido. As poltronas do corredor agora eram exigência. Mais fáceis para sair sem ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo. Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível. O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque. Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar. E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga. Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu. Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer. Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista. Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal? Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela Janela da nossa vida. A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos. Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece. Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante. Não sabemos quanto tempo ainda nos resta. Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.

Afinal, "a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos".

Texto: Alexandre Garcia

O Quadrado

Este espaço está muito pequeno
Apertando os sentimentos
Sufocando as ideias
E limitando os pensamentos

A fumaça do cigarro está nublando ainda mais o que já é difícil de ver
Sim, tem uma janela
Mas ela está fechada, não sei bem por qual motivo
Talvez pelo receio de chover

Mala pronta para uma nova viagem
Ainda sem destino
Ainda sem data
Mas certamente para uma melhor paisagem

Longe, bem longe do quadrado...

Vazio

O que hoje está ocupado, um dia esteve vazio e só...

Um ventre
Uma casa
Um vaso
Uma mente
Um copo
Uma cama
Uma semente...

Com a intenção de preencher os vazios, muitas vezes nos envolvemos ou mantemos relacionamentos com pessoas com as quais temos pouca afinidade ou muita comodidade, aceitamos ficar ou ir a lugares onde na verdade não gostaríamos de ficar nem de ir, andamos de lá pra cá como baratas tontas ou dormimos além da conta.

O que mais tenho sentido e ouvido as pessoas falarem é: sinto um vazio enorme dentro de mim! Que lugar mal assombrado é este que tanto nos faz repugná-lo e que por mais que a gente lute, um dia, em algum momento das nossas vidas, acabamos caindo nele? Será tão mal assombrado assim?

Agora, neste momento, tricoto palavras porque estou tentando suprir esta sensação de vazio...
E, a cada frase concluída, o vazio fica menor, porque dá lugar a sensação de CRIA-ção.

E, o que um dia esteve vazio e só, hoje, agora, neste momento, está ocupado...

Uma criança
Uma planta
Uma ideia
Uma esperança...

Eu, modo de usar

Pode invadir
Ou chegar com delicadeza
Mas não tão devagar que me faça dormir
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar
Acordo pela manhã com ótimo humor
Mas .... permita que eu escove os dentes primeiro
Toque muito em mim
Principalmente nos cabelos
E minta sobre minha nocauteante beleza
Tenho vida própria
Me faça sentir saudades
Conte algumas coisas que me façam rir
Viaje antes de me conhecer
Sofra antes de mim para reconhecer-me
Acredite nas verdades que digo
E também nas mentiras, elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro
Me deixe sozinha
Só volte quando eu chamar
E não me obedeça sempre que eu também gosto de ser contrariada
Então fique comigo quando eu chorar, combinado?
Seja mais forte que eu e menos altruísta!
Não se vista tão bem...
Gosto de camisa para fora da calça
Gosto de braços
Gosto de pernas
E muito de pescoço.
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, cheiros, olhos, mãos...
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos..
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida
Não goste tanto de boate que isto é coisa de gente triste.
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra.
Nem escravo meu
Nem filho meu
Nem meu pai.
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês
Mas me faça uma louca boa
Uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ...
Goste de música e de sexo
Goste de um esporte não muito banal
Não invente de querer muitos filhos
Me carregar pra a missa, apresentar sua família... isso a gente vê depois ... se calhar ...
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora
Quero ver você nervoso, inquieto
Olhe para outras mulheres
Tenha amigos que se tornem meus amigos e digam muitas bobagens juntos.
Me conte seus segredos ...
Me faça massagem nas costas.
Não fume
Beba
Chore
Eleja algumas contravenções.
Me rapte!
Se nada disso funcionar ...
Experimente me amar!


- Martha Medeiros -

Crianças: a troca que vira soma!


Nunca tínhamos nos visto
Mas, no primeiro encontro, era como se fôssemos velhos conhecidos
Coisas de registro
Laços de sangue e encontro de sentidos

Até em silêncio nós conversamos e nos entendemos
Trocamos mimos e carinhos
E, no final, a troca vira soma
E os sentimentos vão crescendo em ramos

A vida traz mais vida em uma criança
Anuncia a renovação
Grita a esperança
E sonha a bonança

Pode até me beliscar
Porque não é sonho
Estou acordada
E fui vacinada

Sabe o conteúdo da vacina?
Amor e Paz...

E que delícia de lambança!




(Da Tia Avó mais coruja do mundo)

Retrato da Vida?

Penso que um retrato da vida poderia ser o eletrocardiograma
Ora em picos elevados ora em baixa ora estável
Mas sempre num movimento contínuo de instabilidade

Talvez por isso que só no momento que o coração pára é que a vida fecha um ciclo
Outros órgãos podem parar e até serem retirados do nosso corpo que a vida continua
Mas sem o coração tem um fim

Pensando assim começo a não temer tanto o provisório, o temporário
Porque entendo que nada na vida é permanente
Por mais estável que pareça

Pensando assim reforço minha tendência de agir com o coração
Permitindo-me ter baixos sim
Mas ainda e por muito tempo com o coração batendo forte

E o vento levou

Onde foram parar meus sonhos de criança
Onde estão os castelos de areia que construí
O meu príncipe, as bonecas que eram minhas filhas
E as casinhas que montei

Tudo era ao mesmo tempo tão fantasioso e tão real
E hoje a realidade não tem fantasia, só a memória dos meus tempos de criança
Porque não dá mais tempo pra brincar
A não ser batalhar para conseguir o que não é de areia, mas que o tempo e o vento podem levar

Ando sozinha
Precisando de um colo, de um ombro, de um par
Pois não encontro minha raiz
Para eu me agarrar

Deixe-me chorar até cansar
Quem sabe assim eu descubra que parte de mim fui eu que fiz
E quanto de mim é areia e foi construída pelo vento e pelas ondas...

Renovação

Foi uma emoção ímpar
Inenarrável
Inexplicável
E mesmo catando palavras, o máximo que eu consigo é deixá-las soltas, tal como a emoção sentida

Natureza
Afeto
Sonho
Calor
Indulgência
Memória
Esperança
Ninho
Tolerância
Origem


Engolir SAPOS

Dizem que ganhar sapinhos de brinquedo traz sorte
Eu já ganhei

Dizem que engolir sapos é um tanto indigesto
Eu já engoli. Hoje o que eu engoli devia ser fêmea e estar prenha...

A sorte não veio com os sapinhos presenteados
Mas, a indigestão...

Alguém aí tem uma dica para que esta tortura de engolir sapos se torne menos indigesta?

Impressões



Pudera eu colocar meu dedo indicador para reconhecimento em biometria nos contatos pessoais
Pois assim não haveria margem de erros das pessoas reconhecerem que eu sou eu mesma

Quisera eu ter testemunhas oculares de tudo que faço ou penso ou principalmente penso
Pois assim não haveria dúvidas em relação aos meus pensamentos
Porque o que eu penso sou eu mesma

Aahh, delicioso seria que as pessoas tivessem uma primeira impressão de mim
E que esta impressão não precisasse ser digital
Mas ainda assim, refletisse que eu sou eu mesma

Porque eu sou tão transparente que as pessoas começam a duvidar de tanta clareza...
Mas, infelizmente (ou felizmente) nem tudo são impressões digitais
A maior parte das vezes é preciso ter Con-TATO

E as pessoas mudam
E eu mudo
E mesmo nas minhas mudanças, continuo sendo eu mesma

Esta é a única forma que posso assegurar quem sou: sendo eu mesma!


Psiu... Silêncio!

Para quem não vai curtir as baladas do Carnaval, ou para quem vai, mas pode precisar de um tempinho para escutar...



Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular.

Escutar é complicado e sutil.
Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas.
Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia.
Parafraseio o Alberto Caeiro:
Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade:
A gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração... E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil de nossa arrogância e vaidade. No fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos estimulado pela revolução de 64. Contou-me de sua experiência com os índios: Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio.
Vejam a semelhança...
Os pianistas, por exemplo, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio... Abrindo vazios de silêncio... Expulsando todas as idéias estranhas. Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio.
Falar logo em seguida seria um grande desrespeito, pois o outro falou os seus pensamentos...
Pensamentos que ele julgava essenciais. São-me estranhos. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se eu falar logo a seguir... São duas as possibilidades.
Primeira: Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou.
Enquanto você falava, eu pensava nas coisas que iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.
Segunda: Ouvi o que você falou. Mas, isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.
Em ambos os casos, estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada.
O longo silêncio quer dizer: Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.
E, assim vai a reunião.
Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir.
Fernando Pessoa conhecia a experiência...
E, se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras... No lugar onde não há palavras.
A música acontece no silêncio. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia... Que de tão linda nos faz chorar.
Para mim, Deus é isto: A beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: A beleza mora lá também.
Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto.


- Fragmento do Texto Escutatória - Rubem Alves -


Bom feriado a todos vocês amigos! Eu vou ficando por aqui, no silêncio...

Os sinais

Eu não sou água mole que bate em pedra dura até que ela fure!
Durante as tentativas, procuro ficar atenta aos sinais e reavalio se devo continuar insistindo...
Os sinais estão por todo lado, mas não são visuais
São sentidos, percebidos e avisados

O corpo começa a dar sinal de cansaço
A cabeça pesa e o olhar deixa de ser para cima, em forma de sonho
Os ombros encurvam para dentro, como se quisessem avisar que é tempo de fechar
E o motivo para a ação decai

O carro enguiça no caminho
O celular acaba a bateria
E junto com a bateria do celular
Acaba também a energia

É hora de sair... É hora de mudar o sentido, não o que o corpo sente, mas o sentido da direção!

Era madrugada

Era madrugada

O barulho dos carros deu lugar a música da chuva caindo

Estava com frio e o vento assoviava pela janela e também soprava pensamentos

E com a chuva caindo, o frio e o vento, preferi ficar dentro

Dentro de mim

Sentindo meu corpo

E tentando ouvir o que ele dizia sem parar

Minha respiração estava ofegante e ao mesmo tempo calma

Com esforço controlei seu ritmo para me fazer serena

Procurei respirar a paz e expirar a dor

Naquele momento, se eu pudesse escolher, não queria estar sozinha

Mas isto eu não consegui controlar

Como não consegui controlar meu coração

Ele batia e bate, independente de eu querer ou não!

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